Mitomania – Tudo Sobre, O Que Você Precisa Saber

A Mitomania se caracteriza por uma compulsão por mentir sobre assuntos comuns ou complexos e importantes. O indivíduo tem uma obsessão que o faz repetir muitas vezes o comportamento da mentira, não colocando limites ou críticas. Fatos que vão se delineando por meses e anos em uma aparente seriedade e caos. Entre momentos belos e/ou profundamente catastróficos. O praticante, desse comportamento patológico, pode levar um ser ou até grupo de pessoas a serem enganadas, por não desconfiarem tamanha a estrutura dos mecanismos de engodos. Uma vez que se apresentam com falsas comprovações convincentes.

Quem é acometido pela mitomania tem uma alteração química no córtex pré-frontal do cérebro, onde se processa o pensamento e o comportamento. Tem uma tendência compulsiva e vive de mentiras. É uma maneira de chamar a atenção na tentativa de ter auto estima. Uma forma caótica de lidar com o conflito emocional. Esboça uma angústia, que pode começar na infância e aparece mais grave na fase adulta. Essas pessoas inventam mentiras para mostrarem que vivem no mundo. Fantasias que direcionam benefícios a sua própria pessoa e, tendem a se vitimizar. Traduzem dificuldades de aceitação, o que reduz o círculo social. Uma forma de controlar melhor as fantasias contadas, uma vez que, quanto maior o grupo, maior a necessidade de dispender energia para manter o discurso mentiroso.

Esses pacientes costumam ter transtornos secundários como a depressão e a ansiedade.

Quando na infância, essa pessoa não foi corrigida e /ou alguém pode ter passado a mão na cabeça, solidificando o comportamento inadequado e danoso para a psiquê.

É preciso observar o comportamento de quem é acometido por essa patologia e verificará que tem gestos que vão denotar a expressão mentirosa que se manifesta. Como comportamentos de checagem, repetição, atos falhos, porque a mente está preocupada em dar e manter a ideia de que ela é real.

E, logo que há qualquer ser do grupo ou próxima a(s) pessoa(s) objetos de suas enganações que possa desconfiar da situação, o autor trata de cortar os vínculos afetivos de alguma forma, para que suas mentiras não sejam descobertas. É comum que essas pessoas acometidas por esse mal desapareçam da vida dos outros de repente, quando não conseguem mais manipular através de outras mentiras, assim observa-se os desentendimentos, maledicências, confusões, entre tantos outros comportamentos que levam a pessoa enganada a acreditar, até porque, procuram formas para manipular a relação e manter a mentira, por ter sempre a ligação afetiva e dócil com a pessoa que é o objeto de sua manipulação tão prejudicial.  Em meio a estas sintomatologias apresentadas, existem quadros desses pacientes que chamam a atenção.

Transtorno da personalidade Limítrofe – corresponde a um transtorno mental demonstrado por humor imprevisível e instabilidade comportamental e de relacionamentos instáveis. Por exemplo, a pessoa vive trocando de pares de amizades, números de telefones, endereços, núcleos sociais, trabalho, familiares, etc. aparecem as mentiras compulsivas, posturas de grandiosidade e ansiedade permanente.

Transtornos de personalidade antissocial- Caracterizada pelo desprezo por certas pessoas, apresentando sintomas antissociais, manipulação e irresponsabilidade diante de qualquer consequência. E, se vitimizam, podendo causar brigas e confrontos. Dificuldade de controlar os impulsos como: a raiva, perturbações da autoimagem como achar-se obeso, compulsões como hábitos de anoréxicos, bulímicos, comportamentos autodestruidores como tentativas suicidas.

De forma Psicopática- Caracterizando pelo transtorno mental a ponto de causar uma disfunção no raciocínio, discernir os fatos e situações e na relação entre as pessoas que o circundam.

Estudando o contexto estrutural é observado que muitas pessoas que tiveram infâncias de desprezo, abusos, negligências, abandonos, maus tratos, tendem a introversão. Pode -se observar pessoas que maltratam animais, atos violentos, antissociais, como demarcador de psicopatia grave.

A Mitomania dentro do comportamento Psicopático, de formas pseudoneuróticas, como a histeria, procuram mistificar-se e mistificar os outros, dar características falsas, aparentar coisas ou situações que não correspondem à realidade. E, como emocionalmente, está envolvido por uma situação de pena, compaixão, cuidado, humanização com a vida do outro, a vítima acaba entrando cada vez mais no jogo desacertado, doentiamente manipulador. O mitômano, chega ao ponto de forjar situações de perigos, catástrofes, urgências e até mesmo morte para aplacar seus impulsos e mandonismos. Para lidar com seus ciúmes, desejos de morte por quem lhe tira o objeto de manipulação, chega a ameaçar a perda do controle, tamanho é o medo de perder os cuidados e atenção dirigidos que o mitomaníaco recebe de suas vítimas.

Sua personalidade se posiciona a de um presunçoso, decorativo, um inventor patológico. E, adere a esta personalidade porque provoca a adesão de diversas pessoas enganadas, geralmente dóceis e de cumplicidade no sentido não consciente da ilusão criada. Nesse contexto, se apresenta identidades alteradas como: mudança de nome, endereços, profissões, companheiros, familiares, etc. Forjando tudo a seu interesse. E, segue até que as verdades apareçam. No entanto, chega o momento em que são obrigados a fugir, porque os absurdos e fatos são incontestáveis.

Notem, que as fugas da situação, são sempre uma maneira que possibilita recomeçarem em outro lugar, pois se maquiam por doentes, tentativas suicidas, pobres coitados, perdas terríveis, lutos trágicos, ou seja, outras mentiras para que possam seguir adiante, e muitas vezes, outros enganados vão acobertando o mitomaníaco por não conhecerem a real história.

A falsa personalidade, que apenas representa um ideal de ego, mas que a pessoa não tem de fato construído em seu psíquico, características reais que deem veracidade ao que apresenta. Um ser adoecido, vazio, perdido e manipulado pelo próprio desvario íntimo, solitário, pobre e, enclausurante cada vez mais da realidade da existência. Não tem amigos reais porque qualquer grupo que se liga, a doença que o entorpece, denegrirá as relações de boa fé e de boa vontade. A pessoa atrai do descaso à violência, pela qualidade do emaranhamento das ligações ideo afetivas que tem com os outros, pelos resultados de suas ações. Se tudo der errado, corre o risco de encontrar alguém que dará fim aos seus comportamentos mitomaníacos, levando a situações violentas, como forma de compensação por ter sido enganado… Este último, diz respeito as pessoas com baixo índice de tolerância ao serem enganados ou até prejudicados, uma vez que esse distúrbio, no mitônomo não mede consequências dos atos e podem prejudicar muitas pessoas.

A mentira passa a ser um ato de viver, confundindo a fantasia e realidade, com uma recusa a qualquer frustração com relação a um desejo, demonstrando escândalos, furtando tempo, comportamentos para chamar a atenção, confusões direcionadas ao ser que é objeto de sua manipulação. Ocorre uma espécie de super compensação narcísica, ou seja, o indivíduo perpetua o comportamento, se sentindo auto satisfeito, autocompensado a cada vez que consegue admiração, ou tira o foco do outro para lhe atender a apelações desconcertantes e insanas. Vai vivendo dessa forma uma repetição, megalomania neurótica e perversa, até porque também se escraviza dentro de um contexto psicológico, se comprometendo cada vez mais e criando mais antimatéria ao redor de si, o que causará diversas anomalias; físicas, situacionais, sociais, espirituais, financeiras, etc.

Conforme o estágio, o acometido por este mal, deverá fazer tratamento médico e, indispensavelmente, Psicoterapia. E, a família precisa dar o suporte porque o paciente nunca acha que precisa de tratamento.

Não tem cura segundo a literatura vigente tradicional, apenas controle. No entanto, se encontrarmos uma possível reprogramação mental com relação aos aspectos perturbadores da mente, nosso conceito poderá ser outro, uma vez que a medicina e técnicas terapêuticas avançam a cada tempo.

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